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domingo, 26 de setembro de 2010

- Ela podia voar -

Only Time

Who can say where the road goes,
Where the day flows?
Only time...

(Enya)






Ela está usando um vestido um dedo a baixo do joelho, branco com florzinhas vermelhas, com um tiara vermelha com um laço.Usava um brinco pequeno de pérola, e uma sandália fechada branca.

Adora cachorros e amava correr. Ela tinha um segredo. Ela podia voar. Prometeu a si mesma nunca contar este segredo para ninguém, pois tinha medo de não acreditarem. Vocês sabem como são os adultos, né? Quando a grande maioria cresce se preocupam apenas com números, mas ela sabia que podia voar...

Ela corria...o vento batia no seu rosto, esvoaçando seus cabelos castanho claro, a medida que voava sentia seu coração pulsar mais rápido, sentia-se em paz, sentia-se livre...aquela sensação única, naquele momento sentia-se completa. Após alguns minutos lá estava ela em sua casa, e corria batendo todas as portas até o seu quarto onde se jogava em sua cama, fechava seus olhos e conversava com um cara que todos chamavam de "Deus", por horas ele sussurrava ao seu ouvido, falava sobre como era lá em cima, falava sobre o que ela deveria ser, falava sobre fé, sonhos, bem, mal, sobre as rosas, sobre a importância de cada ser vivo desse mundo. É claro que ela não lembrava de tudo nos mínimos detalhes, mas no seu coração estava guardado cada detalhe.

Funciona como uma espécie de gaveteiro, e toda vez precisava de alguma informação extra, ela fechava os olhos e vasculhava cada gaveta até encontrar o que procurava, e quando não encontrava, lá estava ela pedindo ajuda ao seu amigo.

Ela cresceu, mas nunca deixou de acreditar no seu segredo, apesar de ter ouvido várias vezes que ele era impossível. Ainda assim, ela sabia o que podia fazer e não permitiu duvidar por nenhum momento de tudo que ela tinha vivenciado. Ela podia voar.



Ela arrumou suas coisas (um caderno com suas anotações, uma foto de sua família, seu cd preferido e só), colocou a sua melhor roupa, olhou-se em frente ao espelho...sorriu satisfeita. Ela estava indo de volta para casa, para sua verdadeira casa.


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